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OS MAIORES GARIMPOS DO BRASIL

Garimpeiros irregulares no sul do Amazonas ameaçam operações de fiscalização do Estado, fortalecem o extrativismo desenfreado e expõem a população local à insegurança e tensões incontroláveis

A figura do garimpeiro com a bateia nas mãos empenhado em encontrar metais preciosos como ouro e diamante no curso das águas de um rio foi substituída por trabalhadores equipados com potentes motobombas, escavadeiras e balsas que cruzam o leito dos rios para extrair irregularmente os minérios. Quem interrompe o ciclo de exploração é ameaçado e até atacado pelos chamados “donos dos barrancos”, pessoas que controlam os garimpos.

Grupo de garimpeiros ateou fogo aos prédios e veículos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Humaitá, município localizado a 700 quilômetros de Manaus, no Amazonas.

O crime traz à tona mais uma vez os perigos e mazelas sociais que o garimpo irregular impõe à população. Dessa vez, porém, o ataque representou uma ação contra o Estado brasileiro que tenta combater a exploração ilegal de minérios. “O impacto é brutal. Há garimpos no País, como o das terras indígenas Yanomamis, que funcionam a céu aberto desde a década de 1980”, afirma Luiz Frederico Mendes dos Reis Arruda, professor do Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal do Amazonas.

Além da degradação ecológica, eles colaboram para o aumento da criminalidade nas regiões próximas, provocam doenças nas comunidades e contribuem para o aumento da prostituição e do tráfico de drogas nas redondezas.

400 milhões de reais é o que se arrecada, em média, por ano nos garimpos ilegais da Amazônia

O confronto ocorreu após o Ibama, em conjunto com o ICMBio, deflagrar a operação Ouro Fino, que fiscaliza a extração ilegal de ouro no rio Madeira. “Autuamos e embargamos balsas sem licenciamento ambiental, mas em pouco tempo elas voltaram a funcionar”, afirmou o coordenador de operações de Fiscalização do Ibama. “Como não houve nenhum resultado, buscamos rebocadores para retirar e destruir os equipamentos irregulares.” Foram retiradas 39 balsas.

Em represália à destruição das máquinas, grupos de garimpeiros colocaram fogo nas instalações dos órgãos governamentais. Para conter a tensão e garantir a segurança dos servidores e da população local, a Força Nacional enviou soldados e a Marinha deslocou um navio patrulha e fuzileiros navais.

O superintendente do Ibama no Amazonas, José Leland Barroso, considerou o ataque um ato de barbárie contra o Estado brasileiro. “Tentaram instalar um califado dentro de Humaitá. Eles sabiam que não estavam licenciados e mesmo assim nos chamaram para a ação”, afirmou. “Desafiaram o poder do Estado e isso terá resposta, o órgão não irá recuar.”

Confrontos como esses castigam a região Norte do País desde a década de 1980. Três dos maiores garimpos do mundo se instalaram nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia. O mais famoso deles, Serra Pelada, em Curionópolis, atraiu cerca de 120 mil pessoas para trabalhar em condições análogas à escravidão.

Já os conflitos nas terras indígenas Yanomamis tiveram início em 1986 e perduram até hoje. Cerca de 20% da população morreu em decorrência de doenças causadas pela exposição ao mercúrio. Em 1993, 16 indígenas foram assassinados no Massacre do Haximu.

Na região de Bom Futuro, em Rondônia, 700 crianças foram resgatadas do trabalho semelhante à escravidão. Apesar disso, esses garimpos continuam ativos até hoje. Nos últimos anos, houve uma intensificação dos conflitos provocados por garimpeiros, principalmente no Sul do Amazonas. “Na medida em que se abrem rodovias no meio da floresta ocorre o efeito ‘espinha de peixe’, ou seja, a abertura de ramificações para atividades ilícitas em meio à floresta a partir dessas estradas”, afirma Arruda.

Além do acesso a matas inóspitas, três fatores explicam a multiplicação da mineração ilegal. A legislação para quem é autuado extraindo minérios sem licença prévia prevê punições brandas. A pena prevista é de seis meses a um ano de reclusão. “A pessoa que é pega raramente é presa, então não se preocupa em garimpar dentro da lei”.
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